Oi, amigo. Vou dar minha pequena contribuição.
Já li alguns comentários do Vitor e, de fato, tem muitas experiências na cidade e você terá um belo apoio com as dicas dele.
Ainda assim irei tecer alguns comentários acerca de algumas dúvidas. Vamos lá, espero ajudar em algo.
Gosto muito dos 3 bairros citados: Bonfim, Boa Viagem e Ribeira.
Dos 3, o Bonfim é o "mais turístico", já fazendo parte do roteiro turístico, tendo seu chamariz a Basílica do Nosso Senhor do Bonfim. Pesquise depois, se desejar, por "Lavagem do Bonfim", tendo inclusive a Igreja do Bonfim, oficialmente, fazendo parte do "Caminhos da Fé".
Os 3 bairros são muito próximos e, com disposição, inclusive pode-se conhecê-los caminhando.
Uma caminhada do Forte de Mont Serrat (que fica no bairro Humaitá, colado com a Boa Viagem) até a Igreja da Penha (Ribeira) dá, pelo Google Maps, uma caminhada de 3,5 km. Se vier da Boa Viagem à Ribeira, "de orla a orla", terá passado por vários bares, restaurantes, sorveterias, pontos de banho de mar entre outras opções.
Mesmo os três sendo integrantes da Península Itapagipana (que também engloba outros bairros) a balneabilidade muda completamente entre as praias.
Por exemplo, na Boa Viagem, a profundidade é aumentada, significativamente, à medida que dá poucos passos adentrando ao mar.
Na Ribeira, por sua vez, há trechos em que você anda muito mais para que tenha a mesma profundidade, comparando à Boa Viagem. É uma praia muito mais calma, ainda que a Boa Viagem tenha poucas ondas.
Junto ao bairro (e à praia) Boa Viagem, tem o Humaitá, que também permite paisagens lindíssimas ao pôr do sol, estando entre os mais bonitos de toda Salvador. Permite ver o "skyline"(contorno) da região da Cidade Baixa, passando pelo centro até a Barra e as ilhas ao redor, compondo um visual único.
O Bonfim não possui praia, sendo a Beira Mar, como nós chamamos, a orla que liga a Boa Viagem, o Bonfim e a Ribeira.
Todas são MUITO populares, logo, mantenha discrição máxima.
Se for durante a semana e até aos sábados, terá uma experiência completamente diferente e, ao meu ver, muito mais prazerosa, permitindo melhor exploração e experiências, com exceção das segundas-feiras na Ribeira, que fica lotada devido à, popular, "segunda-feira gorda da Ribeira".
Falando em praia urbana, uma das queridinhas atuais do soteropolitano é a Gamboa/Praia do MAM (Museu de Arte Moderna) que fica na Avenida Contorno (liga o bairro do Comércio ao Campo Grande, à Barra, Vitória e outros bairros, por exemplo) e possui uma das mais belas vistas de vias de trânsito da cidade, porém no sentido inverso - da Barra para o Comércio - descendo a avenida). No MAM, tem a disponibilidade além do próprio museu, de cinema, sessão de jazz aos finais de tarde de sábados e restaurantes próximos em toda a região da Bahia Marina, por exemplo.
Copiando uma resposta anterior, pode ser que lhe ajude:
- Como anda a segurança em Salvador? De se melhorar.
- Tem policiamento nos pontos turísticos? Sim, mas mantenha sua discrição quando possível.
- Quais praias e pontos turísticos são mais suscetíveis à assaltos? Não tem como responder. Como toda cidade grande, requer atenção em pontos de grande movimentação. Toda praia muito popular merece atenção redobrada.
- O transporte público é seguro? NÃO.
Algumas questões que você perguntou:
• Eu estou empolgado por conhecer alguns bairros do norte da cidade: Ribeira, Bonfim, Boa Viagem. Algumas dicas?
• Valem a pena para o propósito que deseja. São bonitas, agradáveis, fora do roteiro turístico.
Só um detalhe: Caso não queira já demonstrar que é turista, em Salvador, evite dizer "bairros do norte da cidade". Dificilmente alguém vai entender se você disser "ao norte, ao sul, zona norte, zona sul". A cidade se divide, basicamente, em Cidade Alta e Cidade Baixa (os bairros "abaixo do Elevador", cidade baixa) a partir do bairro "Comércio", onde fica o Elevador Lacerda que é um dos "responsáveis" por essa designação de "alta" e "baixa".
• Entretanto, ainda assim, dificilmente ouvirá "Cidade Alta", sendo mais comumente, em contrapartida, ouvir "Cidade Baixa" se referindo a qualquer bairro da "Península de Itapagipe".
• Dentro desses bairros tem áreas mais pitorescas, mas provavelmente também mais inseguras. Por exemplo Pedra Furada ou o entorno da Marina Jó Ribeira. Recomendam visitar?
- NÃO recomendaria visitar. Nenhum deles. Na Pedra Furada, por exemplo, são ladeiras muito íngremes, estreitas e alguns outros locais de difícil acesso. Há uma situação em SSA, e em outras grandes cidades do país, onde as drogas são um problema social evidente e, nessas áreas citadas, há tráfico de drogas e pouca - ou pouquíssima, para não dizer nenhuma - visitação turística, policiamento e trânsito de populares que não moram no local, logo, ficará fácil deduzir, comprovar, que você é turista. Mantenha sua discrição. Sempre!
- Na Marina, também NÃO É recomendável, pois está localizada em um bairro muito popular e mesmo estando em uma região plana, também possui os mesmos problemas citados acima pois é de difícil acesso com ruas apertadas.
• O pequeno bairro marítimo que fica no sul do MAM, onde tem vários barzinhos muito lindos (por exemplo Ré Restaurante Dona Suzana).
- Ok. Aí é embaixo da "Avenida Contorno", é o bairro da Gamboa de Baixo. Aumentou sua badalação, recentemente, como um todo, mas ainda vale a visita.
• As ruas que ficam no sul do Dique Tororó. Muito pitoresco, especialmente as casas que ficam na frente do lago.
- O Dique do Tororó está no bairro chamado Tororó e, ao seu entorno, sim, é de fácil acesso, transitável, fácil de explorar. Nas ruas internas do bairro, Tororó, não. Mesma situação da Pedra Furada. Algumas ladeiras bem íngremes e tráfico de drogas na região.
• Itapuã, perto do Parque Metropolitano do Abaeté. Aqui eu quero perguntar pela segurança no próprio parque.
- Não frequento há bastante tempo. Mas ainda perdura a sensação de insegurança.
Em suma, em determinados lugares, é interessante não mostrar que é turista (como, por exemplo, para evitar o assédio de vendedores) e em outros, é fundamental.
Sei que citou que gostaria de viver experiências mais próximas do cotidiano de um "não-turista", também tento isso quando estou viajando, porém, em determinadas situações e lugares, acredito que isso deva ser secundário e, ainda que se perca eventualmente alguma experiência espontânea, acredito que deva prezar pelo bem estar e segurança.
A diferença, na minha opinião, talvez primordial, fundamental, entre locais de origem humilde entre determinadas nações é a falta de segurança. A questão da origem humilde, em cidades grandes como Salvador, pode se misturar e se confundir com a "falta de cidadania" do Estado para com o sujeito.
Com sorte, nesses lugares citados - e até nos de pontos turísticos - já será suficiente para presenciar a espontaneidade presente no dia a dia e ter uma viagem mais agradável.
Um abraço,
Everson