Uma das coisas de que sou fã é de seguir o percurso dos rios, se bem que sempre é mais fácil ver a foz do que o seu nascimento. No caso do Arno, depois de uma visita a Pisa e a toda a região toscana é impossível não dar um pulinho até aqui. Um porto e uma foz são sempre isso, um porto e uma foz, mas a paisagem envolvente é o que os distinguem. No caso da Boccadarno é possível apreciar a planície do outro lado do rio, praticamente uma costa rectilínea que se curva aos poucos até aos limites da Ligúria, mas que sempre é baixa e arenosa. Como pano de fundo, os Apeninos, com destaque para os Alpi Apuani, na direcção de Pontremoli, que tão próximos ao mar, quase chegam aos 2 000 m de altitude e no mês de Julho ainda tinham restos de neve nas montanhas mais altas, se bem que pela humidade do mar e pelo pó em suspensão isso não era perceptível neste ponto. No meu caso, resultava agradável ver pessoas correntes, homens, mulheres e crianças a pescarem na foz enquanto eu via um sol que ia caminho do entardecer mas que ainda era (muito) quente.